De sequestro a tentativa de homicídio: Pedro e Malco – histórias unidas pela fatalidade

Resumo

Olhar para Pedro é olhar para dentro de nós mesmos e constatar: como somos parecidos com ele em tudo, especialmente em nossas emoções! O príncipe dos apóstolos como ficou conhecido, mostrou seu caráter visivelmente para quem quisesse ver. Era espontâneo, verdadeiro e absolutamente sincero até mesmo quando errava. E ele errou muito. Um de seus erros que merece destaque especial foi o ocorrido no evento da prisão de Jesus para ser julgado, condenado e morto na cruz. Pedro protagonizou um episódio que de heroico se tornou em desastroso. Ele quase arruinou o ministério de Jesus e seus outros apóstolos ao achar que, mesmo sendo homem, poderia livrar Jesus da prisão e de seu destino cruel fazendo justiça com suas próprias mãos. Para tanto e sem pensar antes de agir, sacou de sua espada e partiu para cima de Malco, o servo do sumo sacerdote que estava ali para cumprir sua missão de levar Jesus sob custódia. Detalhe: o homem estava prostado e vulnerável ao receber o golpe covarde de Pedro que cortou-lhe a orelha direita. Sem aquele órgão intacto ou com o rosto deformado, ele jamais poderia se tornar um sumo sacerdote como por anos almejava e se dedicava. Com o golpe dado diante de tantas testemunhas, Pedro não tirou sua vida, mas assassinou todos os seus sonhos buscados há anos. Que atitude condenável! Porque o apóstolo fez aquilo? E depois de fazê-lo, porque seguiu Jesus até a casa do sumo sacerdote arriscando ser reconhecido em razão da besteira que fez e talvez ser morto junto como seu mestre e contra sua vontade? Os fatos, as pessoas e uma boa dose de história do povo de Israel vão nos ajudar a responder essas e outros dúvidas escondidas nas entrelinhas do texto sagrado. Uma coisa é óbvia: Ah se não fosse Jesus ter estado ali com Pedro!

Palavras-Chave: Julgamento. Pedro. Malco. Sumo Sacerdote. Sequestro Emocional.

From kidnapping to attempted homicide: Peter and Malco – stories united by fatality

Abstract: To look at Peter is to look inside ourselves and see: how similar we are to him in everything, especially in our emotions! The prince of the apostles, as he came to be known, showed his character visibly to anyone who wanted to see. He was spontaneous, truthful and absolutely sincere, even when he made mistakes. And he made a lot of mistakes. One of his mistakes that deserves special mention was when Jesus was arrested to be tried, condemned and killed on the cross. Peter was the protagonist of an episode that turned from heroic to disastrous. He almost ruined the ministry of Jesus and his other apostles by thinking that, even though he was a man, he could free Jesus from prison and his cruel fate by taking the law into his own hands. To do so, and without thinking before he acted, he drew his sword and attacked Malchus, the high priest's servant who was there to fulfill his mission of taking Jesus into custody. The man was prostrate and vulnerable when he received Peter's cowardly blow, which cut off his right ear. Without that organ intact or with his face deformed, he would never have been able to become a high priest, as he had longed for and dedicated himself to. With the blow dealt in front of so many witnesses, Peter didn't just take his own life, he murdered all the dreams he had been pursuing for years. What a reprehensible attitude! Why did the apostle do that? And after doing so, why did he follow Jesus to the high priest's house, risking being recognized for the foolish thing he had done and perhaps being killed along with his teacher and against his will? The facts, the people and a good dose of the history of the people of Israel will help us answer these and other questions hidden between the lines of the sacred text. One thing is obvious: Oh, if it hadn't been for Jesus being there with Peter.

Keywords: Judgment. Peter. Malchus. Hight Priest. Emotional Kidnapping.